quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Sobre a vida que queremos e a realidade que enfrentamos


Eis que depois de um ano de abandono de blog cá estou eu desabafando sobre a vida novamente. Sei que deveria voltar com uma super postagem, mas na atual situação foi o que eu pude trazer. Resumindo: meu segundo semestre de 2015 foi uma loucura. Estágios, um calendário bagunçado que só foi terminar em 2016, uma aula de Lacan difícil, legal e frustrante no final, dificuldades de relacionamento com meus pais, ou seja, um caos total. Apesar de tudo isso, e eu sendo iludida achando que melhoraria, 2016 não tem sido as mil maravilhas...



Último ano de faculdade vem com aquela pressão de qual caminho seguir: é um novo vestibular mascarado de mundo do trabalho e vida adulta. A diferença, amigos, é que agora nós não estamos escolhendo um curso, porém um trabalho que estará conosco sempre, além de dilemas da vida adulta que surgem. 2016 é meu último ano de faculdade e como de praxe, a maioria dos meus amigos estavam e estão aflitos com o fim desse ciclo, pois sabemos que na atual conjuntura nacional, as coisas não estão nada fáceis. Eu, por outro lado, não estava/estou preocupada porque a faculdade vai acabar, querendo postergar o quanto mais pudesse esse momento, o meu maior medo é o depois, porque já foi deixado claro que não vou ser sustentada pelos meus pais (eles possuem razão por um lado), além do fato de que a convivência em casa não é a melhor, então voltar pra lá não é uma opção nada agradável - seria a pior escolha na verdade.

Como se não bastasse toda essa pressão envolvida, a bolsa que eu recebia do projeto de extensão ao qual faço/fazia (pretendo sair, mas ainda não falei com a galera) foi cortada. Assim, sem o dinheiro mensal que me ajudava a depender menos dos meus pais, a vida foi ficando cada vez mais difícil, uma vez que aliado a isso, o mercado que meu pai é sócio entrou em crise e o pouco de dinheiro que ele recebia por trabalhar lá foi diminuindo... Até que chegamos na atual situação: meu pai, que sustenta a casa, pois minha mãe não trabalha e nem aguentaria já que tem lúpus, foi obrigado pelos outros sócios a colocar a cota da empresa a venda, não há perspectiva de emprego para um homem de 50 anos, ou seja, não temos dinheiro, estamos encrencados com várias dívidas, eu não tenho certeza se vou conseguir terminar minha faculdade (que pra ajudar está em greve), já que a bolsa de iniciação científica que me salvaria não saiu - tentei uma IC pelo dinheiro e não nego isso não. Enfim, por mais que eu tente, e estou tentando ainda, procurar emprego de freelancer (um emprego normal não bateria com meus horários) não dá pra pagar as contas e sobreviver. Não sinta pena de mim, caro leitor. Sinceramente, esse não é o sentimento que preciso agora, o que eu preciso agora é daquela luz no final do túnel, ganhar na mega sena - LITERALMENTE -, um emprego pro meu pai ou pra mim, um milagre ou qualquer coisa que se pareça com isso. 

O que eu tenho aprendido com tudo isso? A vida que desejamos, os sonhos que temos, podem dar de cara com uma realidade nada amigável e, talvez, a única saída seja mesmo desistir por um momento, se recuperar e depois tentar tudo de novo. Sim, se nada melhorar até o final do mês, o jeito vai ser desistir da faculdade, voltar pra casa e tentar algum emprego pra ajudar meus pais. Isso tem sido um tormento muito grande, porque terminar a faculdade de psicologia é meu sonho, contudo a minha vida não pode se resumir a um sonho, então vou ter que acordar, tentar sorrir e seguir em frente. 

Enfim, esse texto era pra ser um desabafo e virou uma mistura de resumo de um ano + desabafo. Espero que a vida de vocês que estão por aí esteja melhor do que a minha. Não sou muito religiosa, mas nesse momento tô pedindo ajuda até pros céus (seria cômico se não fosse trágico), então quem puder mandar aquela força espiritual, a pessoa aqui agradece!